O atacante Felipe Alves foi posto em liberdade após audiência de custódia realizada na manhã desta segunda-feira (03) em Teresina. O jogador foi encaminhado à Central de Flagrantes neste domingo (02) após ser suspeito de tentar estuprar uma funcionária do Piauí Esporte Clube, time em que atuava.
Durante audiência de custódia, o Ministério Público entendeu que o crime praticado pelo atleta foi o de importunação sexual e que a manutenção da prisão seria uma medida extrema. A advogada do jogador, Claudete Miranda, também repassou ao Cidadeverde.com que o atleta não utilizará tornozeleira eletrônica, mas ficará sob medidas cautelares.
“Quando a autoridade policial não representa pela prisão preventiva e nem o Ministério Público requer sua prisão preventiva, só resta a sua defesa as medidas cautelares diversas da prisão, porque o juiz não pode decretar de ofício", disse a advogada.
Entre as medidas cautelares impostas ao jogador estão o comparecimento bimestral em juízo, proibição de frequentar bares, restaurantes, casas de diversão e estabelecimentos congêneres, proibição de deixar a comarca, sem prévia autorização do Juízo, recolhimento domiciliar no período noturno, a partir das 22h até 06h da manhã, bem como durante todo o dia nos finais de semana, períodos de folga e feriados, sem prejuízo às suas atividades laborais, desde que devidamente comprovados nos autos.
O crime de importunação sexual está previsto no artigo 215-A do Código Penal Brasileiro, como praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro, e prevê pena de 1 a 5 anos de reclusão, em caso de condenação.
Apesar disso, a defesa alega inocência do atleta. "No curso do processo eu vou mais além, vou trabalhar para provar a sua inocência. É uma pessoa que é réu primário, tem bons antecedentes, residência fixa, tem trabalho, é um atleta conhecido, renomado, estava aqui há dois meses e vamos provar sua inocência", afirmou.
Entenda o caso
O jogador de futebol Felipe Alves de Lima foi preso, em flagrante, suspeito de tentar estuprar uma funcionária que trabalha na sede do clube que ele atua, em Teresina. O caso aconteceu na manhã deste domingo (02). Por meio de nota o Piauí Esporte Clube informou que não tolera qualquer tipo de conduta que ponha em risco funcionários, atletas e membros da instituição e, ainda, que afastou o atleta das atividades desportivas.
A vítima trabalha na cozinha do clube, que tem sede na Usina Santana, zona Sudeste de Teresina. Ela informou em depoimento à polícia que estava preparando o café da manhã dos atletas, por volta das 6h, quando o ataque aconteceu.
Segundo a vítima, o atacante do clube entrou na cozinha e surpreendeu a vítima por trás e a agarrou. A mulher reagiu e empurrou o atleta. Para intimidar o homem, ela disse que no local havia câmeras de segurança e que a ação dele havia sido registrada, mas a cozinha do clube não dispõe desse equipamento.
Após atacar a mulher na cozinha, o jogador de futebol se dirigiu ao banheiro do clube e de lá teria "gritado" para que a mulher fosse levar papel higiênico para ele. Com medo, a vítima disse que essa atribuição era do "pessoal que trabalha na limpeza" e não dos funcionários da cozinha. Segundo a vítima, ele teria continuado gritando e ela foi até o local para levar o papel higiênico, neste momento ele teria tentado puxar a mulher para dentro do banheiro, mas foi impedido pelo vigilante do clube, que protegeu a vítima e entrou no banheiro para tentar conter o agressor. A vítima relatou que o jogador parecia alterado e estava com o órgão genital à mostra.
A vítima foi amparada por outros funcionários e ligou para os dirigentes do clube, informando da situação. Os diretores do clube ligaram para a Polícia Militar, que prendeu o atleta em flagrante, nas dependências do clube.
Foto: Aldofotografia / Piauí Esporte clube
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